Reminiscências

Fui criado em quintais e tenho antigas lembranças ligadas ao meio rural ou à plantas.

Consigo me lembrar de imagens de quando tinha uns dois anos, brincando com os meus primos e os leitõezinhos, os lambaris no riacho calmo, as bolotas de pinhão manso, meu tio José Alexandre trazendo o gado no seu sítio em Oscar Bressane.

Um pouco mais tarde, já com uns seis anos de idade, minha avó Maria Carboni, disse que eu tinha o dedo verde pois, apesar de várias tentativas em vão,  em plantar mudas de cravo, eu consegui na primeira tentativa.

Apesar de ter nascido e me criado em S. Bernardo do Campo, sempre tive a mente voltada para o meio rural. Aliás, nessa época da minha vida, S. Bernardo era ainda um pouco rural, coms aspectos provincianos ainda. Onde hoje fica localizado o Shopping Metrópolis, era uma enorme área de cultivo de hortaliças nessaa época que nós conhecíamos com a horta da Bassan (apelido da mulher que vendia as verduras e conhecia uma tia da minha mãe que morava nas casas ali perto).

N o começo do século XX, quem morava em S. Bernardo era conhecido como "batateiro" e em Santo André, como "ceboleiro" devido a predominancia de cultivo de  cada um em sua cidade pelos colonos que se instalaram ali.

 

S.Bernardo do Campo, da década de 60, Rua Marechal Deodoro.




Construção do novo paço municipal de S.Bernardo do Campo, com o Bairro Baeta Neves onde me criei.

O bairro Baeta Neves, era um sítio de criação de porcos de propriedade de um médico, o Dr. Baeta Neves, que deu nome ao bairro.

Quando tinha doze anos, nos mudamos para outra rua no mesmo bairro, num dos últimos loteamentos do bairro. Lá tínhamos  uma nascente vizinha ao nosso terreno e na área não edificante do que sobrava do lote, meu pai, Anestor Corrêa de Andrade, plantava milho, mandioca, feijão, alho e até criamos uma porca que quaqndo foi sacrificada, eu e minhas irmãos não quisemos comer sua carne pois fizemos amizade com ela.

Dentro do terren0, minha mãe Iolanda Gnan de Andrade, sempre teve sua horta, seu jardim bem cuidado e sua criação de meia dúzia de galinhas. Eu quem comprava os pintinhos, no tempo que estudei no colégio Iracema Munhoz, que ficava no centro e perto de uma avicultura que os vendia.

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Meu tio e padrinho Gervásio Corrêa de Andrade, irmão do meu pai e pai do Luis Andrade, o famoso goleiro do MAC, que nessa época morava em Campos Novos Paulista, nos visitou e como já estava em férias escolares, fui a passeio visitar minha avó Itália Caetano de Andrade, que morava com ele.

Algumas semanas depois, ele me levou para Oscar Bressane, novamente para visitar a minha tia Maria , já viúva do meu tio José Alexandre, citado anteriormente.

Que maravilha ver novamente todos meus outros primos.

Visitei novamente o sítio do tio Zé, arranquei batata-doce junto com a tia Maria.

Depois visitamos o sitio do tio Dioguinho, casado com a tia Ilda, irmã do meu pai . Lá, conheci o primo Wilson, provei de laranjas delicosas que o tio plantava e conheci o sistema de carn eiro hidráulico que abastecia a casa com água da mina.

São umas das melhores lembranças que tenho da infância.